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Leitura e escrita na era “quase” digital

Publicado em 23 de dezembro

Hoje temos computadores de mesa, notebooks, tablets, smartphones, e-readers e outros similares, bem como as promessas da wearable technology, isto é, a tecnologia para vestir, que se trata de conceber produtos que unem moda, eletrônica e ciência – relógios, pulseiras, mochilas, óculos, camisetas, todos com funções úteis (e inúteis) e com acesso à grande rede. Um mundo de atrações para a interação interpessoal – quiçá submissão interpessoal (mais isso é tema para outro artigo) –, como e-mails e redes sociais (de todos os tipos e gostos), bem como para a informação em sites (e similares) para praticamente todos os públicos – dos menos aos mais cultos. Sem incluir nesse hall aplicativos e jogos – outra demanda estratosférica de atenção atual.

Onde estão o papel e o lápis nesse contexto? (Ou ainda: para onde irão?)

Realmente, em nenhuma dessas circunstâncias figuram os nossos companheiros acima citados – companheiros há décadas. Acredito que seu fim seja um caminho sem volta, mas que ainda demorará bastante para acontecer.

Escutamos de muitos que o livro de papel é muito diferente, pois tem um cheiro especial, uma textura única, uma relação afetiva que jamais um eletrônico trará. Essas falas já saudosas remontam para mim a outras passagens de suporte para a escrita:

“prefiro as tábuas de pedra; essas “coisas” feitas de pele de animal nunca as substituirão!”; “Ah, o papiro! Olha seu odor, sua forma, seu peso, sua condução de leitura... Jamais...”.

Apesar dessas percepções, estamos aqui com o papel de celulose, trilhares de folhas no mundo! Num contexto apocalíptico, havia também a teoria de que se leria menos e se escreveria menos ainda com o desenvolvimento das tecnologias digitais, mas não foi isso o que ocorreu. Nunca se leu e escreveu tanto como hoje. Quantas mensagens, quantas oportunidades de textos diversos, quanta necessidade de se expressar, de compartilhar, de curtir... Estamos imersos em situações de escrita e leitura (ainda que possamos pôr em xeque a qualidade delas).

A educadora e pedagoga Mônica Araújo, professora de Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que não é a leitura do texto digital que pode ser considerada negativa, e sim o que o leitor faz ou como se faz a leitura: “Não vejo que a leitura digital tenha pontos negativos, e sim que tem peculiaridades diferentes das da leitura impressa.

O que pode ser negativo é o que o leitor faz com a leitura, como faz a leitura. Nesse sentido, podemos ter pontos negativos em qualquer suporte, a partir da intenção do leitor, e não propriamente da leitura do texto. Quanto aos pontos positivos, poderia listar vários, mas vou me aterà inserção dos recursos audiovisuais, como as imagens em movimento e os sons, que podem ampliar da construção dos sentidos do texto pelo leitor. Quanto mais recursos materiais o texto dispõe, mais chances dará ao leitor de acionar as diversas janelas cognitivas para a melhor compreensão do texto.”

É minha percepção também, trazendo a mesma linha de raciocínio para a escrita digital.

Ah! E você que se incomoda com as reduções gráficas da redação (isto, redação!) dos chats das redes sociais (como Facebook e Whatsapp), tais quais, por exemplo, pq, vc, xau,blz, axo e suas carinhas expressivas, porque pensa que limitará a forma culta da escrita das gerações vindouras, DESPREOCULPE-SE! Esse tipo de interação exige essa modalidade de expressão, pois é uma mescla da fala e da escrita – quem for culto, perderá tempo precioso e, assim, desrespeitará a característica ímpar desse gênero. Em poucas palavras – língua padrão em gêneros que a exigem.

Quanto ao papel e ao lápis, estarão ainda conosco por muito tempo – principalmente na realidade brasileira. E a escrita no papel ainda será uma habilidade imprescindível – com letra cursiva SIM (mais um tema para outro artigo!). A leitura em livro de papel continuará também, mas será finda mais rapidamente, especialmente devido às vantagens do livro digital; mas não desaparecerá, assim como ainda sobrevive os discos de vinil.

Todavia não se deve ter a ilusão de que a vereda será outra. Como disse, trata-se de um caminho sem volta, mas que será muito bem trilhado por todos nós; uns os traçarão pelas trilhas com menos pedras, outros com mais pedras, mas todos trilharão – felizes (?) – , pois somos linguagem (algo de origem social, mas de um caráter incrivelmente natural hoje), e, aonde ela for, ali estaremos juntos.

Antonio Carlos Galvão Júnior

Assessor de língua portuguesa da Escola Lápis de Cor 

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